segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A vitoria de Dilma e as novas vozes do país

Bartolomeu Campos Queiroz, nos 30 anos da ONG tear proferira que a educação se processa no exercício do reconhecimento do outro enquanto universo infinito, ser desconhecido com o qual nos confrontamos no exercício diário da convivência. De fato,educar é estabelecer uma ponte,uma possibilidade de diálogo com outro emaranhado de simbolismos e representações de mundo...Crianças e adultos,jovens e idosos,cabe a todos dar o primeiro passo na aventura de abrir as portas ao novo,deixando de lado velhos preconceitos e crenças que não levam mais a lugar algum..Estamos na era da informação e é preciso que entendamos que, mais importante do que o incontrolável fluxo de dados com os quais somos confrontados todos os dias,é fomentar o constante dialogar com nossos semelhantes,iguais que somos frente a essa patente revolução.De todas as partes surgem novas vozes,livres dos moldes tradicionais,reforçando o barulho intenso na seara social,não pela força do discurso único mas pela diversidade de seus tons e ritmos,onde cada um encontra seu espaço e sua forma de fazer-se ouvir..A eleição de Dilma é a vitória dessas múltiplas vozes,da constante e interminável tarefa de trazer à luz os fatos,quando a grande mídia perdeu o tempo e a voz,reforçando a ausência de argumentos dos grandes conglomerados de comunicação.A quem interessa que voltemos ao estágio anterior de desenvolvimento,no "rame-rame" do colonialismo cultural,desse povo que pedia licença para adentrar na sala dos grandes senhores,chapéu na mão e olhos baixos, sem voz e com medo de errar?Esse país que se afirma hoje, na eleição da candidata do PT, grita ao mundo que não quer mais moldar-se aos padrões externos, quer estabelecer suas próprias regras, andar por seu próprio passo. As redes sociais e a democratização do acesso a internet têm grande responsabilidade nisso,na tarefar de difundir a cidadania que antes nos chegava apenas quando e da forma que os jornalões nos impingiam.Nunca antes na história desse país um candidato foi execrado em rede nacional,sua máscara posta ao chão pelo povo que o elegeu...E sem que as grandes emissoras possam interceder, contando lendas em contrario

...INDIO DA COSTA vice do Serra Quase apanha na Comunidade da Rocinha e Foge


... A comunicação não precisa mais de gatekepeers,fiscais de conteúdo de acordo com os critérios economico-editoriais...Faz-se direta,sem curvas,dos dois lados da linha,onde emissor e receptor se revezam na construção de um discurso colaborativo ..-Cabe a cada um de nos,profissionais de mídia ou não,garantir que esse meio jamais volte a ser interrompido,no dia a dia de nossas atividades e no exercício de nossa cidadania,agora,coletiva e dialógica

da vitoria nas urnas

Me desculpem o clichê mas este blog vai permitir-se uma referência de gênero....
A felicidade nao é por Dilma, mas pela derrota de um modelo golpista de imprensa unilateral,onde o povo afirma seu compromisso com a continuidade com um projeto de governo inclusivo e mais justo..Boa sorte,sra presidente"


http://www.youtube.com/watch?v=UvbiZP18it0


Pra saber mais:


http://odia.terra.com.br/portal/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

um pouco de historia eleitoral e alguns pitacos

Tio acho que debater é sempre válido, ainda mais quando se tem em conta a campanha eleitoral mais suja que já se viu na historia desses país e olha que temos tido muitas.
Concordo que o PT não tem o direito de se arvorar em salvador da pátria, uma vez que a relativa estabilidade econômica conseguida hoje não foi obra de um partido ou governo, mas resultado de inúmeros estudos e políticas de fato concretizadas na execução do plano real, sob a autoria de homens como Rubens Ricupero, no governo de Itamar Franco, assim como os genéricos, sob a batuta de Adib Jatene. Sabemos que o PSDB também pleiteia a autoria destas medidas, a primeira somente para FHC e a outra para Serra.
Concordo que o sonho do PT, o meu sonho desde os 11 anos de idade quando da eleição de 1989 já não mais procede, uma vez que com o tempo aprendi a diferença entre ser partido e ser governo, governar para um país e governar como membro de uma comunidade internacional, submetido a regras de mercado sem as quais nenhum estado consegue sobreviver.
Lembro de caminhar pelas ruas de Santa Teresa em 89 e imaginar como podia essa festa democrática ter resultado diferente da eleição daquele homem barbudo e de dicção confusa, mas que falava sobre um projeto de respeito aos direitos humanos e de inclusão social. Confesso que não acreditei quando vi o resultado nas urnas e tudo isso por causa de um boato, dizem. Parecia incrível.
Acompanhei oito anos de governo FHC e a evidente estabilidade do plano real, do dólar equiparado e todos os benefícios que vieram junto com isso, mas não me lembro de ter visto maior geração de empregos investimentos. Ao contrário, assisti ao sucateamento da minha escola técnica federal, sob a égide governista de 1995 a 1998..
Em 2002, novo Lula chegava ao poder. Já não era mais o mesmo de antes e presenciei alarmada a conjunção de fatores transformar o que eu acreditava ser o ideal de uma política igualitária,feita por homens no contexto da ética no” Lula paz e amor” que, conciliador, agregou em seu governo nomes com ACM, Sarney, Severino Cavalcanti e até Collor, veja só a heresia.
Minha ideologia já gritava, quando percebi que algumas coisas estavam mudando. Sim, eu permanecia no mesmo emprego, mas o índice de desemprego diminuía, os mercados mantinham-se estáveis, investimentos chegavam até o meu estado, ainda que sob a batuta do PMDB e o entusiasmo tomava conta dos grandes empresários e infelizmente de bancários também.
Mas e o povo?No sudeste e no sul a classe media espremida ainda prosseguia nas suas reivindicações mais do que justas, afinal um governo deve ser para todos, mas no norte e nordeste já havia muita gente com três refeições diárias pra contar, nesse mesmo plano criticado pelo Lula em 1989 e germinado no PSDB do Serra, é preciso reconhecer. E veio o mensalão.
De início permaneci enojada, mas depois fui começando a perceber que devia haver algo implícito na quantidade de denúncias e algumas deflagrando verdadeiras caças às bruxas, derrubando os homens fortes do governo. Então percebi que havia algo por trás dessas manobras, das constantes declarações do estrelato global no Faustão, do movimento Cansei de São Paulo e das constantes tentativas em colar ao presidente o desfile de escândalos diário nos jornais. Foi em vão.A popularidade do metalúrgico permanecia incólume,difícil mesmo de aturar.
Alguns dirão que o povo não lê jornais, mas bem sei que empresários o fazem e eles também estavam satisfeitos com o governo petista por mais incrível parecesse e são eles que, via de regra, balizam as grandes decisões econômicas e políticas. E por quê?A estabilidade monetária trouxe os investidores pra perto de nós e já começava a se ouvir falar de projetos em longo prazo num país que viveu entre o milagre econômico da ditadura militar e as obras faraônicas e a profunda recessão dos planos cruzeiro e cruzado.
Mas o projeto de país então vigente era, além disso, o de romper com o colonialismo cultural, na figura de um presidente que, se não era mais o militante de antes, aceitando o sistema de fato corrompido da federação brasileira, conseguiu a duras penas fazer o que nunca antes fora feito: distribuir renda e isso agradando aos banqueiros. parecia milagre...Mas alguns episódios mostravam que as falhas de fato persistiam..
Severino Cavalcanti e Renan Calheiros,caciques eleitorais, vieram, chegaram e permaneceram mais do que deveriam, levando em sua saída muita sujeira com eles..Culpa do Lula?Talvez, mas principalmente de um sistema representativo corrompido que prega as alianças e permite que exista num mesmo congresso um partido como o Psol e outro como o PMDB, o contraponto que confirma a governabilidade que quem quer que seja.
Sabemos que sem o partido de Sergio Cabral e Milton Temer, de histórico frustrante quando da ditadura, não ha governo.Não há ética que corrija essa lógica perversa. Então como fazer em um sistema federativo, quando há milhões de desempregados e famintos, instituições públicas sucateadas e empresas loteadas ao bel prazer dos lobistas? Há que se arregaçar as mangas e conseguir crédito e isso o “lulinha paz e amor “conseguiu bastante.Rompeu o preconceito com uma diretiva psdbista que privilegiava os acordos entre norte-americanos e europeus e cruzou o globo atrás dos investimentos e acordos com os empresários chineses. O tempo provou que ele tinha razão. Em 2008 a bolha dos créditos "virtuais "estadunidenses rompeu e levou consigo todo o mercado europeu. E nós? Sentimos o baque, mas recuperamos nosso prumo a tempo.
Muitos perderam o emprego por aqui, é verdade, mas nossos muitos são muito poucos se somados aos milhões de desabrigados e desempregados no dito primeiro mundo. Dirão que não era necessário, mas pensar na lógica econômica nos obriga a ser racionais e como sobreviver sem credito internacional?Muitos economistas gastaram muitas horas e não conseguiram responder à equação. O mercado interno trouxe a resposta e apesar de não ter sido a melhor solução investir em indústrias automotivas, foi preciso lembrar da quantidade de demissões nos EUA e no fechamento de fábricas da GM por lá. Então entendi que também era obrigação do governo garantir a manutenção dos empregos, nas indústrias e no comercio.
E enquanto a Grécia, a Espanha, a França e os norte-americanos choravam, nós, brasileiros, tupiniquins, vendíamos lenços, no mais popular ditado econômico. A crise?Vimos passar e de fato nos atingiu, mas muito menos do que poderia e se de fato o tivesse, nosso caro presidente não estaria aqui pra contar a história, seria execrado em praça pública, no mínimo.
Em vez disso, prêmios de revistas estrangeiras, da ONU, de organismos internacionais, reconhecimento de todas as partes e o grau de investimento. Finalmente o mercado, esse ente supremo, reconhecia que no Brasil era seguro investir.
E a classe media?Dobrou de tamanho, com a passagem de cerca de 30 milhões de cidadãos para um nível acima na escala econômica.
E o meu salário, pensei?Continuava no mesmo patamar. Mas seguindo as promessas de campanha, 25 milhões de brasileiros já tinha comida na mesa, luz e escola, outros tantos podiam freqüentar escolas técnicas, ter suas carteiras assinadas, (foram 36 milhões em oito anos), e até pleitear a casa própria. Parecia um governo assistencialista. E era.Mas é fácil teorizar sobre a pior ou melhor solução quando não se tem urgência.E 60 milhões de brasileiros já não podiam mais esperar.
A pergunta a ser feita é porque não foi incluído no projeto do plano real a distribuição de renda em larga escala, logo num governo do sociólogo Fernando Henrique e do economista Jose Serra?Se pensarmos um pouco é mais fácil a Lula, nordestino e retirante, entender a urgência de seus conterrâneos do que seus pares políticos, educados nas melhores universidades da Europa. Sim, o Lula de 1989 não apertaria a mão do Collor, mas talvez nem ele na época soubesse que seria o governante do pais com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, oito anos depois de um governo retirar 60 milhões da pobreza, isso tudo, é preciso dizer, apesar do PMDB.
O presidente é claro, tirou proveito da onda em que surfou, alardeou conquistas, contou vantagem, virou tema de filme. E isso depois de ter sido massacrado pela mídia nacional, quando os veículos internacionais já tinham se rendido a seu inegável carisma. Até mesmo seus principais adversários precisam reconhecer o inegável talento para a política,o dom conciliatório, o pulso firme onde em uma das mãos falta um dos dedos..
Se esse homem, torneiro mecânico, soubesse onde chegaria, teria persistido após ter provocado a própria mutilação, como dizem muitos?Sabendo que, metalúrgico, defensor do direito de greve nas manifestações do ABC, figura cativa dos sindicatos, chegaria ao posto de personalidade do ano e Chatham House em 2009(equivalente ao premio Nobel) teria planejado a própria aposentadoria num nível mínimo de remuneração?Isso quando com 63 anos ainda tem percorrido os quatro cantos do planeta incansavelmente a promover sua cultura e seu povo?Será mesmo que, uma vez aposentado, não seria melhor e mais fácil sossegar em casa, aproveitando os outros membros que lhe restavam, isso quando, dizem. foi tão simples suprimir um?
Alguns o acusarão de duas caras, comparando o lula de 78 e 89 ao lula de hoje, mais velho e mais consciente de que o presidente num sistema federativo está longe de ser o salvador da pátria; é quando muito o síndico de um condomínio com 190 milhões de condôminos em que cada bloco pleiteia benefícios pra si em prejuízo dos demais.
Lula não é um messias, mas é o homem que, consciente de que não poderia mudar o sistema que o elegeu, fez o possível para, melhorando as enormes falhas e sucateamentos existentes na estrutura de governo fazer a máquina publica andar. Lula não olhou somente pra si, construindo um culto da própria imagem, na divulgação de planos feitos por homens. Seus projetos em geral, tem a cara do governo e até a escolha da ministra Dilma para sucede-lo, tinham o perfil do país.
Num cenário pós mensalão Dilma foi escolhida como seu braço forte, sucessora não de um trono de honrarias, mas de um grande canteiro de obras sem prazo para terminar. Sim, o PAC não esta nem na metade, mas assim foi feito, como um plano de metas a serem cumpridas em longo prazo, muito embora devamos reconhecer que serviu de trampolim eleitoral pra Dilma.
Se se tratasse apenas disso, fácil seria escolher entre x ou y, mas a campanha eleitoral que se vê hoje ultrapassou os limites do crível,quando a mulher e o vice do candidato Jose serra fazem campanhas de coação e pânico ,alardeando que Dilma ira assassinar mulheres e crianças, isso quando foi Serra que regularizou o aborto quando então era ministro em 1994.
Só isso já seria razão para querer esse povo bem longe de me representar, mas eles foram Além. Usaram uma máquina de fabricar boatos, sob o aplauso da mídia para alardear infâmias, um imenso aparato de comunicação contra uma só mulher: Dilma. Segundo a folha de São Paulo e o Estadão, a ex-ministra era terrorista, búlgara, lésbica, herege e comunista...Dilma, por mais tenha a posição pessoal favorável ao aborto, não tem o poder de determinar o destino de um tema tão delicado, objeto de acalorados debates sempre que posto em voga no congresso nacional...Dilma não é comunista, é tão somente na maturidade uma gestora, competente e com fama de brigona..Talvez o seja..Mas não me consta que rabugice seja causa para não ser eleita..
A mídia bateu mais. Serra declarou-se a um só tempo defensor da moral e dos gays, cumpridor de promessas e ético. Ético pode ser que seja, sua fama de administrador obstinado é forte. Mas não se deve esquecer que assinou um compromisso com seu estado prometendo não deixar o cargo para concorrer a novas eleições, promessa que evidentemente não cumpriu...
Serra alegou ter sido agredido num comício em campo grande, RJ, numa farsa tecnológica desmentida no suceder de quadros de uma filmagem. Serra declarou que fazer negócios com a China é perda de tempo, quando o gigante oriental alcança níveis estratosféricos de crescimento econômico. Serra e o PSDB crêem, e não fazem segredo disso, que os projetos sociais do governo Lula provocam o crescimento dos gastos públicos e planejam cortes e revisões em programas consolidados,embora jurem que não mexerão no bolsa família e nos demais ...
Serra, com a grande mídia na mão, podia explicar porque a Globo, tanto tempo calada sobre os atos do governo no pós mensalão, recomeçou a cantilena, coincidentemente depois de o governo Lula ter regionalizado as verbas publicitárias da união para todos os estados e não somente para o sudeste e o sul como costumava acontecer nos tantos anos de governo de direita.
A mídia podia então explicar como pode acusar o governo de tentar cercear a imprensa, quando esta tem se esmerado em produzir manchetes sensacionalistas em jornais e revistas diariamente vendendo um medo que o brasileiro acabará por comprar. Como entender que o progresso de milhões soe como estagnação para alguns e que, na ilusão de que Lula apontaria o caminho da perfeição, muitos o acusam de mentiroso, mesmo tendo tantos números que embasam seu discurso...?
Um pais não se faz num dia, mas pode ser destruído no correr de uma caneta, como tantas vezes aconteceu por aqui. Um pais é resultado do esforço de milhões e da compreensão de que o crescer de muitos acaba por alavancar o crescimento de todos. Mentiras não se medem por versões de um fato, mas por números, não somente pela ótica individual mas pela coletiva e o Brasil é muito maior que o sudeste. Vai além, nos sertões do nordeste, no norte longínquo ou extremo sul.
Lula, por maiores sejam suas realizações e pavoneamentos, não é nem pode ser maior do que o país. O que foi feito de fato o foi porque a mídia viu-se obrigada a informar os números do crescimento, ainda que a contragosto .E essa crescimento pertence a todos nós... O país é as suas reservas de petróleo, seu território extenso, sua diversidade e até mesmo sua falta de participação política.
Acreditamos por aqui que nos isentando do debate crítico as coisas ainda assim podem melhorar. È preciso que seja promovido o diálogo, nas reportagens e investigações da policia federal (300 do governo Lula contra 30 do governo FHC), seja mantida em movimento a máquina do estado não só pelo corpo dos três poderes federais mas pelo exercício da cidadania, onde o direito de greve é respeitado e professores não são recebidos a bala como em são Paulo, médicos podem cuidar de seus pacientes em programas como o saúde da família e nós, cidadãos temos o direito e o dever de participar, levando nossa crítica e nossa resposta ao imenso material de propaganda tendenciosa que nos é apresentado todos os dias.
Lula se pudesse escolher, bem que preferia não ter perdido o Zé Dirceu e o Palocci para as investigações da PF, mas mesmo se pedisse o processo caminhou e afastou seus dois homens fortes. Como afirmar que manipulou, se viu seu partido, o mesmo que ajudou a criar há décadas atrás, virar sinônimo de fraude e corrupção pelo viés dos jornais, isso quando já conhecíamos Sarney e Maluf desde muito?
Convém refletir se apontamos nossas armas no rumo certo e se, ao contrario do se diz por ai, Lula é apenas o homem que ajudou a inserir o Brasil no cenário mundial de forma concreta, tirou 60 milhões da pobreza, criou 13 universidades, diminuiu o risco país,diminuiu a divida externa, criou milhões de empregos e acordos comerciais, financiou obras e casas, carros, eletrodomésticos, programas de incentivo na educação e no esportes, fazendo com que muitos de seus antigos companheiros nas épocas de 89 e seus atuais críticos, , nessa ultima eleição, reconhecessem seus feitos conferindo-lhe apoio, temendo perder o rumo do crescimento, como é o caso do Frei Betto e Leonardo Boff, Mino carta, Chico Alencar, Ciro Gomes e tantos outros, evidentemente assustados com o rumo das eleições e mais ainda com a perspectiva de voltarmos ao atraso da década de 90.
O país passa por cima das personalidades de Dilma e Serra, vai alem, na esteira de uma economia que esta dando certo, embora com muitas e serias falhas a serem corrigidas por quem realmente comandou toda essa mudança.
Sim, meu salário e meus sonhos continuam os mesmos, mas já vejo como nunca antes na historia desses pais, perspectivas em longo prazo e isso certamente não inclui Lula, que certamente em alguns anos não mais estará no cenário político. Os resultados de seu trabalho, ainda que em conluio com o PMDB, com certeza estarão só depende da escolha que fizermos no domingo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Resgate dos mineiros chilenos

Sai o primeiro mineiro,em ampla cobertura internacional e por mais críticas possam haver com a espetacularização do evento é impossível não se emocionar com o primeiro resgate....Vai saber o que é passar dois meses sem ver a luz do sol em um espaço exíguo?


http://www.cnn.com/

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Em defesa do Romance

"A especialização permite aprofundar a exploração e a experimentação, e é o motor do progresso; mas determina também, como consequência negativa, a eliminação daqueles denominadores comuns da cultura graças aos quais os homens e as mulheres podem coexistir, comunicar-se e se sentir de algum modo solidários.
"

Excelente texto de MARIO VARGAS LLOSA,prêmio Nobel de Literatura....


http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_37/artigo_1159/Em_defesa_do_romance.aspx

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Considerações sobre o debate dos presidenciáveis na CNBB

Ambientes acadêmicos postulam-se território de liberdade de expressão, sob a alcunha da livre manifestação de pensamento tão alardeada pela grande mídia e, ao que constam as manchetes sensacionalistas de então, direito amplamente exercido por estas.
Isso posto é de se convir que, ao contrário dos gélidos embates anteriores nas emissoras convencionais, o evento promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresente características peculiares. A começar pelo público, elevado à condição de mediador através de aplausos e eventuais vaias quando das falas dos candidatos.Que dirá Marina Silva,ovacionada quando do fim do evento, em ampla demonstração de apoio,fato com certeza creditado à sua firme oposição ao aborto,em conformidade com o pensamento católico.
Por defender o atendimento público de saúde aos casos de interrupção na gravidez tratados de forma caseira,Dilma Roussef enfrentou manifestantes à porta do auditório,vindos de grupos evangélicos.Plínio Sampaio por sua vez, abusou e usou a liberdade apregoada pelo PSOL para fazer declarações contundentes ainda que bem humoradas,defendendo a reforma agrária,a reforma das polícias e a educação ampla e pública,além de atacar o Reuni,programa federal que amplia o número de vagas das universidades em parceria com o capital privado.Dilma,por sua vez,defendeu os programas de inclusão social do governo Lula,sob a postura do continuísmo.
Os dois candidatos inclusive tomaram parte num dos poucos momentos tensos do debate quando Plínio declarou que Dilma estaria numa situação difícil com seu partido,sendo replicado pela candidata do PT que fez questão de decretar que não há acusações contra ela.
Um pouco desorientado o candidato do PSDB,José Serra deixou escapar não ser totalmente favorável à democratização da informação,ao contrário do discurso dos jornais paulistas(Estadão e Folha) que têm despendido tempo em exacerbar o caráter autoritário do presidente Lula e de Dilma.
Marina,do alto da preferência ampla do público usou seu tempo para pedir diversas vezes pela oportunidade do segundo turno,assim como José serra.
Salva a desorganização tão característica das universidades p debate buscou não polemizar assuntos de ampla divulgação da grande imprensa ou contrapor Dilma e Serra em acusações mútuas, optando por declarações individuais sem grandes intervenções ou polêmicas, no comunicar de ideias que se faz raro nos encontros entre presidenciáveis ressaltados o fato da distância de 10 dias para as eleições. O público que assistiu ao programa com certeza preferiu este modelo de exercício da cidadania



Pra saber mais:

http://reuni.mec.gov.br/
http://portalwebnews.com/index.php/2010/09/24/marina-e-plinio-se-destacam-no-debate-da-rede-vida/

sábado, 18 de setembro de 2010

onda de ataques a PMs no Rio -Primeiras Questões

Sera que a onda de ataques a PMs no Rio tem relação com a implantação das UPPs?Jacarepaguá,Meier,Ilha do Governador,Bonsucesso,Centro? Localidades controladas pelo Comando Vermelho,ADA,ou outro grupo?Palco de novas UPPS ou esquecidas pelo governo do Estado?

A reportagem do jornal O DIA faz um bom mapa da implementação das unidades,deixando um intervalo no centro do mapa onde ocorreram os ataques?Coincidência?Pode ser...


http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/9/cabral_upps_chegarao_ao_macacos_mangueira_e_sao_carlos_ate_o_fim_do_ano_110788.html


Pra saber mais:



http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/09/carro-da-pm-e-atingido-por-disparos-na-ilha-do-governador.html

terça-feira, 14 de setembro de 2010

José Serra, prometeu nesta terça-feira, em Altamira (oeste do Pará), pavimentar a Transamazônica

Agora só falta ele resgatar o "milagre econômico" dos militares...Por aí não,Serra!!




http://www1.folha.uol.com.br/poder/798703-em-altamira-serra-promete-construir-belo-monte-e-pavimentar-transamazonica.shtml

Fidel e o jornalista apressado

Em entrevista ao jornalista americano Jeffrey Goldberg da revista Atlantic, Fidel Castro, ex-governante de direito de Cuba(e ainda de fato)explicou que o modelo economico cubano não servia mais nem a seu proprio país.O que parecia óbvio suscitou interpretações distintas nas mãos do repórter,que divulgou a manchete de que o lider da revolução cubana negava seu próprio regime...Ledo engano..Realista,Fidel apenas fazia um mea culpa,reconhecendo a necessidade de reformas inclusive no capitalismo e nas práticas econômicas, de modo a abarcar a nova realidade da ilha..Uma barriga clássica...



Pra saber mais:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100910_fidel_pai.shtml

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quando o Estado interfere no cotidiano do cidadão é de se esperar que o faça com o propósito de proteger e não somente exercer a força e fazer cumprir a lei.Então torna-se apenas legislar e não exercer a justiça...A lei das cadeirinhas que impede a circulação de menores de sete anos fora de equipamentos adequados em carros particulares mas abre mão deste item em táxis e vans não exercita sua tarefa de proteger as crianças,tão somente aporrinhando ainda mais a paciência do cidadão,já tão castigado por impostos cobrados injustamente,pedágios que se multiplicam nas vias públicas,pardais distribuindo multas a torto e direito em ruas onde a segurança pública é apenas um nome escrito nos carros de polícia.Retirar criancas dos automóveis de seus pais e faze-las seguir viagem em veículos profissionais como ocorreu aqui é assinar o atestado de ingerência sobre o bem estar dos cidadãos, pressionando-os, pela obrigatoriedade da aquisição do objeto, a encontrar meios de burlar tão estapafúrdia lei.Além do mais,o que dizer de quem não é responsavel por uma crianca de até sete anos,encontrando-se na situação de oferecer carona a indivíduos acompanhados de filhos nessa faixa etária?Teremos todos então que comprar os utensílios de todas as idades,temendo sermos confundidos com pais descumprindo a regra de transporte de menores ou simplesmente bateremos a porta de nossos veículos a nossos sobrinhos,netos,amigos de modo a não infringir a lei?E o conselho tutelar,tantas vezes manifestando-se em favor da saúde mental e física das crianças,contra os maus tratos,não estava na hora de proferir sua opinião sobre a proibição de amamentar no carro,uma vez que nossos engarrafamentos aumentam vertiginosamente a níveis paulistanos,obrigando bebês a por vezes horas de tortura sem o colo e o peito que certamente os acalmariam?E o Ministério da Saúde nisso tudo?Só tenho uma dúvida:Se a lei em questão foi lobby dos fabricantes de cadeirinhas ou das centrais de táxi,ou certamente das empresas fabricantes de mamadeiras e leite em pó

Pra saber mais:

http://wp.clicrbs.com.br/litoral/2010/09/08/lei-da-cadeirinha-codetran-comeca-a-multar-a-partir-desta-segunda-feira/?topo=52,2,18,,159,77

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dica literária: Laura Ingalls Wilder-A série

Sob a neve o pai aguardava... Era noite de Natal e sabia que suas filhas o aguardavam em casa..La fora o vento rugia...Já fazia dias ou horas em que afundara num buraco na neve fresca sem saber bem como conseguira sobreviver ao frio...Os doces que trouxera para as meninas foram sua única refeição...E lá em cima a nevasca sem dar sinal de que ia ceder...Enquanto isso,na janela bem próximo dali,Laura esperava...

Assim, Laura Elisabeth Ingalls Wilder esperou pelo pai, preso numa caverna sob o regato próximo à casa da família, no estado de Minessota, EUA, no fim do sec XIX. Ao longo de nove livros a norte-americana narra o cotidiano da família, desde os bosques de Wisconsin até De Smet onde se casou com Almanzo Wilder.No correr da história o leitor acompanha a saga da família da escritora através do território norte-americano em sua carroça de tábuas,tendo como companhia a campina e ao lado Jack,o velho cão buldogue,companheiro inseparável de Laura mesmo quando a carroça atravessa o Rio Mississipi dirigindo-se a território índio.
Em busca de terras onde plantar Charles,o pai,atravessa o país com a família sob a promessa do Ato de Propriedade Rural, onde cada colono teria direito a uma propriedade desde que permanecesse nela por cinco anos e ali plantasse.
Apesar de ocultar parte da história que dá conta do extermínio da população indígena norte-americana, Laura descreve com precisão e poesia os anos passados junto à família, o cotidiano na floresta, acompanhando o pai e a mãe, Pa e Ma, respectivamente em suas tarefas domesticas como fazer manteiga, queijo, cuidar da carne da caça defumada em fumaça de nogueira ou admirar o belo vestido de Musselina da mãe, quando foram ao baile na casa da avó.
A historia também remonta o episódio do Longo inverno, quando uma nevasca durou sete meses, bloqueando o acesso dos trens à cidade de De Smet,levando a população à extrema fome.
A escritora descreve a preocupação diária com a alimentação, acompanhando o nível do estoque de trigo baixar dia a dia,até restar apenas o suficiente para um biscoito para cada membro da família...
Almanzo,que se tornaria mais tarde marido de Laura,vai em busca de mais trigo numa fazendo vizinha ,empreendendo uma viagem que quase lhe custaria a vida.
Finalmente os trens voltam a correr e a família comemora a chegada de um gordo barril enviado pelo Reverendo Alden.Em pleno Maio os Ingalls e os Boast,amigos da família,organizam um almoço de natal na pequena cabana de concessão.
Além de narrar com minúcia o dia a dia familiar.A autora fornece consistente material sobre os hábitos da época, desde as pequenas congregações protestantes, as escolas rurais e o espanto ante a chegada do trem... Mais do que documento histórico é um mergulho no universo pioneiro norte-americano pelos olhos de uma menina,ao lado de sua amorosa família ...


Livros da Série:
Uma casa na floresta:




Laura aos cinco anos descreve o cotidiano na floresta do Wisconsin, a convivência com Mary, a irmã mais velha e perfeita, com seus belos olhos azuis, e os afazeres domésticos, a produção de açúcar feito de seiva de arvore e o baile da Primavera... Destaque para a narrativa sobre os métodos de defumação de carne,o preparo da carne de porco e o natal em companhia dos primos...

Uma pequena cidade na campina:





Abandonando a grande casa de troncos e os parentes mais próximos, Laura atravessa o rio Mississipi junto dos pais, sofrendo por achar ter perdido Jack, o cão buldogue, na travessia. A família intacta no Kansas e tenta conviver com os índios e com as grandes dificuldades da terra ainda selvagem...Depois de muito esforço constroem uma casa mas tem de abandoná-la pela ameaça da Guerra entre índios e colonos.
O jovem fazendeiro





Aqui a saga dá espaço para contar um pouco da infância de Almanzo, o aprendizado no trato dos animais, as noites em volta da lareira, entre pipocas e leite e as brigas com a irmã Eliza Jane...

A beira do Riacho






Chegando à Minessota Laura descobre as brincadeiras no Riacho, a cidadezinha próxima e o colégio, onde as dificuldades financeiras da família são expostas por Nelie Oleson, filha de um lojista...

A margem da lagoa prateada





Este quinto volume começa de modo triste. Uma epidemia de escarlatina tira a visão de Mary,cegando seus belos olhos azuis...Na viagem para De Smet onde o Pai vai requerer a concessão,Laura descreve o espanto com a cidade, a convivência com os trabalhadores da ferrovia,a viagem de trem e os primeiros passos na construção da cabana que ira abrigá-los,sempre com a tarefa de ser "os olhos" de Mary,descrevendo o que a irmã não pode mais ver..

O longo inverno





Depois do aviso do Índio, Pa,sobressalta-se e prepara-se para o longo inverno.São sete meses de nevasca numa pequena loja na cidade,com pouco dinheiro e sem o fornecimento de comestíveis pela ferrovia.Laura conhece Almanzo com quem um dia se casará..

Uma pequena cidade na campina.





Amadurecimento da autora, entrando na adolescência... O cotidiano de privações e pequenos prazeres,em companhia de Mary,ate que esta vai para o colégio de cegos em Iowa e Laura passa a ser a mais velha em casa..A aproximação com amigas e a perda de um velho amigo.


Anos felizes





Nesse livro Laura, contra a vontade, emprega-se como professora em casa de estranhos para manter Mary na escola, sentindo absoluta falta do lar... Inicio do namoro e casamento com Almanzo...

Os primeiros quatro anos





O livro final conta um pouco dos primeiros anos de casados de Laura e Almanzo,as dificuldades no plantio e na colheita, o nascimento de Rose,filha do casal e o incêndio que quase os vitimou

Pra saber mais:

Laura Ingalls Wilder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Laura_Ingalls_Wilder



A expansão dos EUA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_territorial_dos_Estados_Unidos

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dica de filme:Uma noite em 67

Para aqueles que sentem-se frustrados por não terem nascido nos idos da década de 60, período de efervescência cultural,o filme Uma noite em 67 é um bálsamo.De Renato Terra e Ricardo Calil o documentário remonta à noite da final dos festivais da canção da Rede Record,quando os veículos de comunicação ainda investiam em cultura e onde disputaram lado a lado Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo e Roberto Carlos.De narrativa direta,a história retrata o nervosismo do nosso ex-ministro da Cultura antes de entoar a belíssima "Domingo no Parque" e os esforços empreendidos pela produção da emissora pra colocar Gil no Palco..Também vemos Roberto Carlos de fraque, ainda inseguro num início de carreira sendo entrevistado pela então jovem Cidinha Campos , bem como Chico Buarque,que chegou a se sentir velho depois que Caetano e Gil inventaram a tropicália...Uma viagem no tempo....




Pondo água na boca:

(Gilberto Gil,em Domingo no Parque,depois de ter sido mergulhado no chuveiro pelo produtor da Record)






(Roberto Carlos em Maria, Carnaval e Cinzas )




(O vencedor Edu Lobo,com a lindíssima Ponteio)




(Os olhos azuis de Chico Buarque,na Roda Viva com MPB-4)






(Caetano conquistando a plateia com Alegria,alegria depois de um início de vaias)




Pra saber mais:

Os festivais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_M%C3%BAsica_Popular_Brasileira

Site do filme:

http://www.umanoiteem67.com.br/

Do horário eleitoral

Não. Não acho que a propaganda política seja desnecessária, embora tenha me causado hilaridade a romaria de alguns candidatos e seus artifícios para chamar atenção dos eleitores...
Conhecer os candidatos é essencial e não venham me dizem que é mais fácil conhecê-los pela internet porque o povão vai fazer tudo na web, navegar em redes sociais, twittar à vontade, papear horas pelo MSN, mas não vai lembrar de pesquisar sobre o seu candidato..Por isso me irrita ver alguns comunicadores criticando o horário eleitoral e isso em TV e rádios abertas ou seja, concessões púbicas!Cabe sim, criticar o sistema de voto proporcional que delega aos partidos sobras de votos de políticos de elevada representatividade para outros da mesma legenda, mas que não necessariamente o eleitor escolheu.
Cabe repensar qual sistema federativo temos se o voto de um eleitor pode ser convertido em moeda de manobra assistencialista nas mãos de políticos engajados em causa própria, angariando apoio no esquema do toma lá dá cá, ainda nos moldes do curral eleitoral. Mas não se pode deixar de responsabilizar o próprio eleitor pelo desconhecimento em relação aos representantes que inevitavelmente irá escolher, seja por iniciativa própria ou pela abstenção.
Afinal, mesmo quando nos abstemos, deixamos que alguém ocupe o lugar de outro que poderia realizar um trabalho melhor, ou pelo menos honestamente.Somos todos, brasileiros, coniventes com a corrupção endêmica, alastrada como mato nas provas de concursos públicos e documentações que burlamos, simplesmente porque nos parecem injustas as taxas e burocracia necessárias para retirar uma simples carteira de motorista.
Não nos parece necessário salientar nosso papel em fortalecer os esquemas paralelos que dilapidam as instituições de estado, quando cremos ser a coisa pública pertencente a ninguém. Somos todos parte do exercício da democracia, células do sistema de governo, por mais não queiramos nos envolver em assuntos de política como tão bem apregoam tantos e tão bons cidadãos do país. Inevitavelmente a coisa pública nos espreita, topando-nos quando menos esperarmos, na esquina de um acidente ao adentrar um hospital, ao fazer uso de transporte público e das vias urbanas.
E nem adianta isolar-se em carros próprios, posto que os mesmos dividirão espaço com hordas de vans, kombis e ônibus atravessando o caminho do mais alienado dos cidadãos.Além disso, impostos são, além da morte, a única coisa certa na vida.Convêm fiscalizar pra onde vão e porque diabos não resultam em melhorias no transporte publico, saúde e educação e tantos outros artigos de primeira necessidade. Convém direcionarmos nossas escolhas e fazermos uso de nossas (poucas) ferramentas de modo a não deixar a raposa sozinha de olho nas galinhas do orçamento da União. Deputados, senadores, prefeitos, todos vem e vão de acordo com a maré, resta-nos compreender o processo, conhecer nossos eleitos e tomar a parte que nos cabe.A democracia agradece.

Pra saber mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_eleitoral_do_Brasil
http://www.tse.gov.br/internet/index.html

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Da Ágora Virtual

Do presidenciável Plínio de Arruda Sampaio, sobre o primeiro debate na internet no Portal UOL:

"Demos um couro neles!"

Aproveitando a mobilização pró-debate, o candidato do PSOL reuniu seguidores em seu Twitter e comentou cada lance do evento, estabelecendo um canal de comunicação com seus prováveis eleitores. É o contrário do que pretendia George Orwell,quando o "grande irmão" a todos controlaria.De fato a internet, por mais esforços empreendam os donos da "Maçã",é e deve permanecer território livre,ou como afirmou Miriam Leitão,economista e colunista do Globo": Uma ágora onde todos têm voz..”
Na origem a internet foi instrumento de comunicação entre militares, conectando centros de inteligência, a conhecida arpanet. Entretanto, ao estender o braço à universidades norte-americanas, fez-se a gênese do movimento revolucionário em prol da comunicação ,interconectando cabeças pensantes mundo afora e rompendo barreiras geográficas e econômicas sob à égide do WWW.
Hoje se discute o futuro da rede ,quando empresários de visão limitada debatem priorizar o tráfego de indivíduos de acordo com sua importância estratégica no cenário mundial,a comunidade cibernética ergue-se, aciona seus bilhões de capilares em bits e bytes e diz um sonoro não!
Afinal, é de cunho igualitário que nasceu a rede e como tal deve permanecer, não importando se quem está do lado de lá do monitor é residente em Manhattan ou no Afeganistão, executivo ou político, hacker notívago de horas de voo cibernético ou apenas uma dona de casa em busca de novas receitas, o fato é que o terreno virtual não pode ser loteado em prol de quem pagar mais...
Informação pode e deve ser mercantilizada enquanto instrumento de divulgação, para tanto existe o marketing viral, a publicidade em sites e as inúmeras outras formas de se tornar conhecida uma ideia ou produto..Que a cada um caiba a decisão de optar por esse ou aquele caminho virtual, em igualdade de condições...OS Plínios,candidatos de partidos de menor expressão midiática mas de muito histórico político e intelectual agradecem,via webcam ou não....

Pra saber mais:


Plinio de Arruda Comemora Sucesso no Twitter(O Globo)




Proposta de priorização de tráfego na rede divide opiniões(Teletime News)

terça-feira, 1 de junho de 2010

De onde vêm nossos celulares

10 suicídios este ano na China nas linhas de montagem de Dell, Apple e Sony, não são suficientes para conduzir uma investigação sobre condições de trabalho naqueles país por parte dos organismos de direitos humanos internacionais. Na terra de números bilionários entretanto, a taxa anual de suicídios por 100 mil habitantes, segundo reportagem da CNN online, é de 14 pessoas o que levou grande fabricantes da tecnologia da informação a acenderem seus alertas e iniciarem uma pesquisa sobre como andam as bases sobre as quais se sustentam bilhões e bilhões de dólares em informação. É compreensível: Em tempos contemporâneos, imagem é dinheiro.



Marxismo contemporâneo

Karl Marx filósofo alemão, diria tratar-se de uma releitura de sua obra vastíssima, onde a estrutura econômica determina o pensamento e onde o trabalhador atua como engrenagem num sistema desigual e cruel. Enquanto parte do processo, é alienado de sua condição humana, relacionando-se de forma mecânica com o objeto de seu esforço, pagando com seu tempo a oportunidade de comprar seu sustento.

O que Marx não viveu para assistir foi à evolução perversa do mecanismo de controle, transcendendo o que este chamou de superestrutura e firmando-se como projeto de subjetividade coletiva até estabelecer-se como oásis da sociedade imagética. É preciso ser visto para ser. Um arsenal eficiente foi montado em cada esquina, sob a égide do consumo de massa, vendendo identidades a granel ,em que pese o culto ao objeto como legitimador do indivíduo.E quem não quer um artefato com esse poder?


Como um passe de mágica

A lógica capitalista vai além, subvertendo-se em verdades instantâneas, onde o afastamento do humano é o grande responsável pela busca desenfreada pelo poder da matéria, por abarcar em mãos o sentido do ser, congregando paz, felicidade, beleza e força em

centímetros de matéria plástica reluzente, a tela luminosa com que alcanca-se o mundo todo com um clique.

Como diria a peca publicitária de uma grande operadora celular: É como mágica. Destituídos do direito de escolha, homens mulheres e crianças nadam a esmo num mar de in formações, sem que compreendam seu sentido, captem o fio da meada.Em vez disso voltam seus olhos ao novo, fantástico e extraordinário lançamento do mercado, que, dizem ironicamente os anunciantes, sendo feito aos milhões, foi exclusivamente para eles.



Comunicação invertida

Muito longe de seus olhos, chineses a granel produzem mais e mais objetos do desejo. Nos intervalos comem, bebem e dormem em suas fábricas que vão espalhar pelo mundo as evoluções tecnológicas do dia. Vários, gratos pela condição presente de salários e clausura ainda assim muito melhor que o resto dos bilhões que se acotovelam do lado de fora.

Outros, engrenagens erradas no processo fabril, rompem o sistema, perdem a validade, suicidam-se. Para os consumidores daqui do ocidente 10 chineses não chegam a

encher um caminhão. São poucos perto do universo de consumo que representam.

Ainda assim, nas mãos de 90% dos cidadãos do planeta repousam o resultado de seus esforços, sem que ambos tenham consciência disso.A grande ironia ou o toque dramático é que esses objetos são ou deveriam ser em maioria, instrumentos de comunicação.



A matéria da CNN:



CNN_Suicidios em Fábrica na China

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O cinema e o povo

Sobre a reportagem do Nytimes,reproduzida no portal G1,da exibição,apos anos,de um filme iraquiano em Bagdad:

Cinema de Bagdá recebe filme iraquiano

Tombam sob bombas cidadãos do Iraque .Imediatamente agências de notícias e emissoras internacionais contatam seus melhores repórteres e os enviam em missão de contar os mortos e relatar as ruínas de mais um dia de barbárie.Correspondentes internacionais e ONGs percorrem as ruas em busca de vítimas,produzem relatórios,matérias,fotos em que intencionam retratar o flagelo humano e clamar por justiça e auxílio humanitário.
Entretanto mortos e feridos não somam,embora de patente realidade,todo o universo iraquiano em seus milhares de anos de existência.Homens,mulheres e crianças são vítimas de violência e disputa política e religiosa mas também são personagens de suas próprias histórias, contadas por pesquisadores em cores vívidas e distribuídos em teses e livros a granel ao redor do mundo.Contam certamente a verdade e é essencial que o façam, alimentando de informações o imaginário mundial ,dando-lhes ferramenta com que atentem para a necessidade de cooperação e apoio a feridos e desabrigados diarios,sob as bençãos da Declaração Universal de Direitos Humanos,promulgada quando do fim da Segunda Guerra Mundial.
Contudo,homens e mulheres deste país não somente querem o pão e a água,querem exercer o direito de sua própria existência,ter voz,manifestar-se sobre sua própria história,escreve-la com suas próprias experiências,erguendo o véu sob o qual são geralmente guardadas as particularidades do islamismo.
A ocupação norte-americana no Iraque de passado desastroso,visava ou pretendia ,resgatar a cidadania daquele país,garantindo a segurança no exercício do estado de direito sob a aprovação da sociedade.É fato,porém,que somente garantir sob o peso de tanques,a validade de uma nova constituição não pode por isso só determinar sua legitimidade ,porque ao seu direito querem os cidadãos recuperar sua identidade,seu modo de vida,seus costumes e cultura e não somente como espectadores,mas como agentes de fato deste evento.
A exibição de um filme,"Filho da Babilônia",após anos,em um cinema nos arredores de Bagdá e a repercursão deste fato mostra ao Ocidente que estender-lhes a mão tendo em outra uma arma pode não ser a melhor das ideias por melhores sejam as intenções.
Herdeiros da riquíssima cultura persa,iraquianos querem de volta o direito de exercê-la,manifestá-la como melhor lhes aprouver,tomar nas mãos as ferramentas com que transformar sua propria realidade,usando câmeras e papel na construção da realidade que saberão melhor do que qualquer um,descrever e analisar,modificando-a de acordo com o bem comum.Ou,como declarou em entrevista ao jornal New York Times o diretor do filme, Mohamed al-Daradji,:
“Com o cinema, podemos mostrar às pessoas daqui que nós existimos como uma nação. Como nação, nós ainda existimos e vivemos.”
Nós daqui do ocidente,torcemos para que Dardji e muitos outros continuem a lançar seus olhares sobre seu país,constitiuindo com arte e participação popular um novo Iraque.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vilões e heróis da mídia internacional

Brasil e Irã fecham acordo sobre a produção nuclear. A mídia brasileira, de forma generalizada, reitera declarações sobre a inocuidade dos termos, engrossando o coro de Inglaterra e França às novas sanções ao país oriental. Ainda que se destaquem todas as já há muito conhecidas características do governo iraniano e suas peculiares declarações, é preciso questionar a conceituação de violações de direitos humanos e dar aos leitores a contextualização do termo, não fomentando a caça às bruxas onde não compete.

De fato, o jihad islâmico e o fundamentalismo, fermentados pelos veículos de comunicação há décadas e cujos eventos diários cercados de violência e vítimas servem para que seja erguido o dedo acusador da imprensa internacional, englobam em suas entranhas exemplos claros de violações à liberdade e aos direitos civis.

Entretanto, também o são no seio da civilidade ocidental onde prisões como Guantánamo, parte geográfica de um país sob bloqueio estadunidense ainda persistente em pleno século 21, trazem a marca de torturados sob a bandeira da defesa nacional. De seu lado, o berço da civilização moderna, a França, assistiu atônita a embates acirrados nas ruas de sua capital entre favoráveis e contrários à presença de estrangeiros em território nacional, assim como seus vizinhos espanhóis.

Movimentações terroristas americanas e européias

O terrorismo iraniano, ameaça que povoa os inconscientes norte-americanos, logo trará às telas de suas produções cinematográficas um novo vilão a ser combatido, critério de legitimação para invasões desde sempre existentes, não fossem ainda vívidas as imagens de afegãos e iraquianos prostrados ao chão sob o jugo de armas americanas, supostamente advindas com o propósito de libertá-los, ao que conste o cheiro do petróleo a evocar a verdade econômica dos fatos.

É papel da imprensa denunciar, sim, cada corrupção do direito soberano à liberdade e à integridade física e psicológica do indivíduo. Entretanto, é preciso reconhecer nos personagens o histórico real, onde a retórica estadunidense não pode velar suas culpas, seus cidadãos negros massacrados em árvores e fogueiras até a metade do século 20, as dezenas de mexicanos presos e expulsos em suas fronteiras nos dias de hoje, as constantes invasões e abusos cometidos em nome da soberania mundial, nome traduzido pelas camadas socialistas como imperialismo e não por acaso assim denominado.

Nicarágua, Haiti, Cuba, Honduras, Panamá, Chile, Filipinas, El Salvador e Costa Rica são nomes de uma lista extensa de histórico apavorante, onde o zelo à governabilidade de ditadores sanguinários levou milhares de soldados norte-americanos a esmagarem sob seus coturnos cidadãos destes países sem que fossem erguidas bandeiras de direitos civis ou que a comunidade internacional em bloco clamasse por sanções econômicas ou políticas a quem quer fosse, culpado ou inocente.

É preciso, sim, apontar as lentes jornalísticas às violações de mulheres e homens no Irã e à restrição à liberdade de imprensa neste país, mas tendo em outro ponto câmeras e microfones abertos às movimentações por vezes terroristas das forças armadas americanas e européias, detentoras de importante poderio nuclear e freqüentes a gestos tão tresloucados e perigosos para a comunidade internacional quanto os anunciados desvarios de Mahmoud Ahmadinejad.


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