sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dica literária: Laura Ingalls Wilder-A série

Sob a neve o pai aguardava... Era noite de Natal e sabia que suas filhas o aguardavam em casa..La fora o vento rugia...Já fazia dias ou horas em que afundara num buraco na neve fresca sem saber bem como conseguira sobreviver ao frio...Os doces que trouxera para as meninas foram sua única refeição...E lá em cima a nevasca sem dar sinal de que ia ceder...Enquanto isso,na janela bem próximo dali,Laura esperava...

Assim, Laura Elisabeth Ingalls Wilder esperou pelo pai, preso numa caverna sob o regato próximo à casa da família, no estado de Minessota, EUA, no fim do sec XIX. Ao longo de nove livros a norte-americana narra o cotidiano da família, desde os bosques de Wisconsin até De Smet onde se casou com Almanzo Wilder.No correr da história o leitor acompanha a saga da família da escritora através do território norte-americano em sua carroça de tábuas,tendo como companhia a campina e ao lado Jack,o velho cão buldogue,companheiro inseparável de Laura mesmo quando a carroça atravessa o Rio Mississipi dirigindo-se a território índio.
Em busca de terras onde plantar Charles,o pai,atravessa o país com a família sob a promessa do Ato de Propriedade Rural, onde cada colono teria direito a uma propriedade desde que permanecesse nela por cinco anos e ali plantasse.
Apesar de ocultar parte da história que dá conta do extermínio da população indígena norte-americana, Laura descreve com precisão e poesia os anos passados junto à família, o cotidiano na floresta, acompanhando o pai e a mãe, Pa e Ma, respectivamente em suas tarefas domesticas como fazer manteiga, queijo, cuidar da carne da caça defumada em fumaça de nogueira ou admirar o belo vestido de Musselina da mãe, quando foram ao baile na casa da avó.
A historia também remonta o episódio do Longo inverno, quando uma nevasca durou sete meses, bloqueando o acesso dos trens à cidade de De Smet,levando a população à extrema fome.
A escritora descreve a preocupação diária com a alimentação, acompanhando o nível do estoque de trigo baixar dia a dia,até restar apenas o suficiente para um biscoito para cada membro da família...
Almanzo,que se tornaria mais tarde marido de Laura,vai em busca de mais trigo numa fazendo vizinha ,empreendendo uma viagem que quase lhe custaria a vida.
Finalmente os trens voltam a correr e a família comemora a chegada de um gordo barril enviado pelo Reverendo Alden.Em pleno Maio os Ingalls e os Boast,amigos da família,organizam um almoço de natal na pequena cabana de concessão.
Além de narrar com minúcia o dia a dia familiar.A autora fornece consistente material sobre os hábitos da época, desde as pequenas congregações protestantes, as escolas rurais e o espanto ante a chegada do trem... Mais do que documento histórico é um mergulho no universo pioneiro norte-americano pelos olhos de uma menina,ao lado de sua amorosa família ...


Livros da Série:
Uma casa na floresta:




Laura aos cinco anos descreve o cotidiano na floresta do Wisconsin, a convivência com Mary, a irmã mais velha e perfeita, com seus belos olhos azuis, e os afazeres domésticos, a produção de açúcar feito de seiva de arvore e o baile da Primavera... Destaque para a narrativa sobre os métodos de defumação de carne,o preparo da carne de porco e o natal em companhia dos primos...

Uma pequena cidade na campina:





Abandonando a grande casa de troncos e os parentes mais próximos, Laura atravessa o rio Mississipi junto dos pais, sofrendo por achar ter perdido Jack, o cão buldogue, na travessia. A família intacta no Kansas e tenta conviver com os índios e com as grandes dificuldades da terra ainda selvagem...Depois de muito esforço constroem uma casa mas tem de abandoná-la pela ameaça da Guerra entre índios e colonos.
O jovem fazendeiro





Aqui a saga dá espaço para contar um pouco da infância de Almanzo, o aprendizado no trato dos animais, as noites em volta da lareira, entre pipocas e leite e as brigas com a irmã Eliza Jane...

A beira do Riacho






Chegando à Minessota Laura descobre as brincadeiras no Riacho, a cidadezinha próxima e o colégio, onde as dificuldades financeiras da família são expostas por Nelie Oleson, filha de um lojista...

A margem da lagoa prateada





Este quinto volume começa de modo triste. Uma epidemia de escarlatina tira a visão de Mary,cegando seus belos olhos azuis...Na viagem para De Smet onde o Pai vai requerer a concessão,Laura descreve o espanto com a cidade, a convivência com os trabalhadores da ferrovia,a viagem de trem e os primeiros passos na construção da cabana que ira abrigá-los,sempre com a tarefa de ser "os olhos" de Mary,descrevendo o que a irmã não pode mais ver..

O longo inverno





Depois do aviso do Índio, Pa,sobressalta-se e prepara-se para o longo inverno.São sete meses de nevasca numa pequena loja na cidade,com pouco dinheiro e sem o fornecimento de comestíveis pela ferrovia.Laura conhece Almanzo com quem um dia se casará..

Uma pequena cidade na campina.





Amadurecimento da autora, entrando na adolescência... O cotidiano de privações e pequenos prazeres,em companhia de Mary,ate que esta vai para o colégio de cegos em Iowa e Laura passa a ser a mais velha em casa..A aproximação com amigas e a perda de um velho amigo.


Anos felizes





Nesse livro Laura, contra a vontade, emprega-se como professora em casa de estranhos para manter Mary na escola, sentindo absoluta falta do lar... Inicio do namoro e casamento com Almanzo...

Os primeiros quatro anos





O livro final conta um pouco dos primeiros anos de casados de Laura e Almanzo,as dificuldades no plantio e na colheita, o nascimento de Rose,filha do casal e o incêndio que quase os vitimou

Pra saber mais:

Laura Ingalls Wilder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Laura_Ingalls_Wilder



A expansão dos EUA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_territorial_dos_Estados_Unidos

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dica de filme:Uma noite em 67

Para aqueles que sentem-se frustrados por não terem nascido nos idos da década de 60, período de efervescência cultural,o filme Uma noite em 67 é um bálsamo.De Renato Terra e Ricardo Calil o documentário remonta à noite da final dos festivais da canção da Rede Record,quando os veículos de comunicação ainda investiam em cultura e onde disputaram lado a lado Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo e Roberto Carlos.De narrativa direta,a história retrata o nervosismo do nosso ex-ministro da Cultura antes de entoar a belíssima "Domingo no Parque" e os esforços empreendidos pela produção da emissora pra colocar Gil no Palco..Também vemos Roberto Carlos de fraque, ainda inseguro num início de carreira sendo entrevistado pela então jovem Cidinha Campos , bem como Chico Buarque,que chegou a se sentir velho depois que Caetano e Gil inventaram a tropicália...Uma viagem no tempo....




Pondo água na boca:

(Gilberto Gil,em Domingo no Parque,depois de ter sido mergulhado no chuveiro pelo produtor da Record)






(Roberto Carlos em Maria, Carnaval e Cinzas )




(O vencedor Edu Lobo,com a lindíssima Ponteio)




(Os olhos azuis de Chico Buarque,na Roda Viva com MPB-4)






(Caetano conquistando a plateia com Alegria,alegria depois de um início de vaias)




Pra saber mais:

Os festivais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_M%C3%BAsica_Popular_Brasileira

Site do filme:

http://www.umanoiteem67.com.br/

Do horário eleitoral

Não. Não acho que a propaganda política seja desnecessária, embora tenha me causado hilaridade a romaria de alguns candidatos e seus artifícios para chamar atenção dos eleitores...
Conhecer os candidatos é essencial e não venham me dizem que é mais fácil conhecê-los pela internet porque o povão vai fazer tudo na web, navegar em redes sociais, twittar à vontade, papear horas pelo MSN, mas não vai lembrar de pesquisar sobre o seu candidato..Por isso me irrita ver alguns comunicadores criticando o horário eleitoral e isso em TV e rádios abertas ou seja, concessões púbicas!Cabe sim, criticar o sistema de voto proporcional que delega aos partidos sobras de votos de políticos de elevada representatividade para outros da mesma legenda, mas que não necessariamente o eleitor escolheu.
Cabe repensar qual sistema federativo temos se o voto de um eleitor pode ser convertido em moeda de manobra assistencialista nas mãos de políticos engajados em causa própria, angariando apoio no esquema do toma lá dá cá, ainda nos moldes do curral eleitoral. Mas não se pode deixar de responsabilizar o próprio eleitor pelo desconhecimento em relação aos representantes que inevitavelmente irá escolher, seja por iniciativa própria ou pela abstenção.
Afinal, mesmo quando nos abstemos, deixamos que alguém ocupe o lugar de outro que poderia realizar um trabalho melhor, ou pelo menos honestamente.Somos todos, brasileiros, coniventes com a corrupção endêmica, alastrada como mato nas provas de concursos públicos e documentações que burlamos, simplesmente porque nos parecem injustas as taxas e burocracia necessárias para retirar uma simples carteira de motorista.
Não nos parece necessário salientar nosso papel em fortalecer os esquemas paralelos que dilapidam as instituições de estado, quando cremos ser a coisa pública pertencente a ninguém. Somos todos parte do exercício da democracia, células do sistema de governo, por mais não queiramos nos envolver em assuntos de política como tão bem apregoam tantos e tão bons cidadãos do país. Inevitavelmente a coisa pública nos espreita, topando-nos quando menos esperarmos, na esquina de um acidente ao adentrar um hospital, ao fazer uso de transporte público e das vias urbanas.
E nem adianta isolar-se em carros próprios, posto que os mesmos dividirão espaço com hordas de vans, kombis e ônibus atravessando o caminho do mais alienado dos cidadãos.Além disso, impostos são, além da morte, a única coisa certa na vida.Convêm fiscalizar pra onde vão e porque diabos não resultam em melhorias no transporte publico, saúde e educação e tantos outros artigos de primeira necessidade. Convém direcionarmos nossas escolhas e fazermos uso de nossas (poucas) ferramentas de modo a não deixar a raposa sozinha de olho nas galinhas do orçamento da União. Deputados, senadores, prefeitos, todos vem e vão de acordo com a maré, resta-nos compreender o processo, conhecer nossos eleitos e tomar a parte que nos cabe.A democracia agradece.

Pra saber mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_eleitoral_do_Brasil
http://www.tse.gov.br/internet/index.html

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Da Ágora Virtual

Do presidenciável Plínio de Arruda Sampaio, sobre o primeiro debate na internet no Portal UOL:

"Demos um couro neles!"

Aproveitando a mobilização pró-debate, o candidato do PSOL reuniu seguidores em seu Twitter e comentou cada lance do evento, estabelecendo um canal de comunicação com seus prováveis eleitores. É o contrário do que pretendia George Orwell,quando o "grande irmão" a todos controlaria.De fato a internet, por mais esforços empreendam os donos da "Maçã",é e deve permanecer território livre,ou como afirmou Miriam Leitão,economista e colunista do Globo": Uma ágora onde todos têm voz..”
Na origem a internet foi instrumento de comunicação entre militares, conectando centros de inteligência, a conhecida arpanet. Entretanto, ao estender o braço à universidades norte-americanas, fez-se a gênese do movimento revolucionário em prol da comunicação ,interconectando cabeças pensantes mundo afora e rompendo barreiras geográficas e econômicas sob à égide do WWW.
Hoje se discute o futuro da rede ,quando empresários de visão limitada debatem priorizar o tráfego de indivíduos de acordo com sua importância estratégica no cenário mundial,a comunidade cibernética ergue-se, aciona seus bilhões de capilares em bits e bytes e diz um sonoro não!
Afinal, é de cunho igualitário que nasceu a rede e como tal deve permanecer, não importando se quem está do lado de lá do monitor é residente em Manhattan ou no Afeganistão, executivo ou político, hacker notívago de horas de voo cibernético ou apenas uma dona de casa em busca de novas receitas, o fato é que o terreno virtual não pode ser loteado em prol de quem pagar mais...
Informação pode e deve ser mercantilizada enquanto instrumento de divulgação, para tanto existe o marketing viral, a publicidade em sites e as inúmeras outras formas de se tornar conhecida uma ideia ou produto..Que a cada um caiba a decisão de optar por esse ou aquele caminho virtual, em igualdade de condições...OS Plínios,candidatos de partidos de menor expressão midiática mas de muito histórico político e intelectual agradecem,via webcam ou não....

Pra saber mais:


Plinio de Arruda Comemora Sucesso no Twitter(O Globo)




Proposta de priorização de tráfego na rede divide opiniões(Teletime News)